quinta-feira, 30 de agosto de 2012

9ª Etapa: Beja - Évora

Beja - Casa Branca - Évora (19.08.2012)


Decidimos ir até Casa Branca e arriscar o pedido ao revisor do Intercidades. Adormecemos na viagem...


Quando chegámos, estava o Intercidades que ia para Lisboa a dar a cara. Eduardo com a sua rapidez de raciocínio, resolve ir ter com o revisor, e expõe a nossa situação. A resposta foi que se fosse com ele, e, por apenas dez minutos, claro que poderia ser, mas não sabia o que decidiria o colega.

Bom,... olhámos um para o outro e decidimos. Não há nada como tentar. O pior seria o que já estávamos a contar desde o início e bem acostumados. Pedalar, pedalar,... 
Como havia que esperar quase uma hora pela ligação para Évora, o Eduardo desmanchou e compactou o mais possível as bicicletas. Em seguida fez um esboço da sua...




Nesse entretanto, lá fui eu buscar água fresca...


Agora era esperar que houvesse compreensão da parte do dito...






E não é que houve! Não foi simples. Só se houvesse espaço e não incomodassem ninguém.

Chegada a Évora. Montar as bicicletas novamente, instalar a bagagem e seguir até casa.
Foto à chegada. Banhinho, petisco e, aconchegante caminha!

No dia seguinte, que bem que soube a refeição, confeccionada e empratada pelo chefe Eduardo!!




Para o ano há mais! E é claro, de bicicleta...


Textos: Susana Morais

8ª Etapa: Odemira - Beja

Odemira - Messejana (18.08.2012)


A ligação de Odemira a Beja, é feita pela N263, passando por Santa Luzia, Messejana, Aljustrel, Ervidel e por fim Beja. São cerca de 95 kms.

O nosso objectivo, até porque saímos depois do lanche, já passava das dezassete e trinta, era pernoitar em Aljustrel e no dia seguinte chegar a Beja. No nosso primeiro dia de viagem fizemos 6 horas a pedalar e completámos 97 kms, por isso, poderíamos fazer o mesmo neste último dia mas a diferença é que no primeiro dia saímos de casa às sete horas da manhã...

A estrada até Santa Luzia pareceu-nos grande, e o Eduardo não ia de bom humor, penso que se devia ao aproximar do fim das férias para ele... Foram cerca de 30 kms mas as bicicletas estavam a precisar de óleo nas correntes, o que dificultava o andamento...


Os espanhóis têm os touros, já nós...
Lá marcharam uma frutinha e umas barrinhas de cereais em Santa Luzia. O Eduardo tentava arranjar alojamento em Aljustrel (via tlm) mas sem sucesso...





Preparámo-nos para a noite na estrada: corta-vento, coletes sinalizadores, colocar luzes, e continuámos... mais 30 kms e chegávamos... se bem que não nos apetecia muito andar demasiado tempo durante a noite.
Por volta das vinte e duas horas estávamos em Messejana, e pareceu-nos boa ideia parar, comer qualquer coisa quente e dormir. O problema é que não havia parque de campismo e a aldeia não tinha cara de ter qualquer tipo de alojamento.
Contudo, primeiro indivíduo que encontramos indica-nos uma casa de um senhor que costuma alugar quartos. Seguimos as indicações e chegámos a uma casa/prédio com três portas iguais. 
Tinham-nos dito que eram a primeira e a segunda portas. Batemos, batemos, batemos, nada. As vizinhas apareciam e diziam: "Têm que bater com força!", "Batam com mais força!", "Eles devem estar lá para trás e não ouvem!" Já tínhamos medo de bater mas elas insistiam... até que uma se lembra de dizer, "Só se ele está para o café..." Lá foi o Eduardo até ao café, enquanto eu ficava com as bicicletas. 
Nisto faz-se luz dentro de casa, enquanto eu conversava com a vizinha da terceira porta, à qual já havíamos batido, não fora as indicações estarem incorrectas... esta vizinha, entre este bate e fala, já tinha ido ver se havia luz no quintal do senhor. E havia. Era uma senhora muito atenciosa. Devia ter uns oitenta anos... muito faladora e muito explicada. Preocupada em referir que, caso voltássemos ali, a porta dela era a terceira de quem vinha de cima e a primeira de quem vinha de baixo. Explicou isto três ou quatro vezes. Um amor!

Bom..., lá veio o senhor, e lá telefonei ao Eduardo, que entretanto conseguiu que a senhora do café nos servisse uma sopa antes de fechar!

Ah! O quartinho era nada mais nada menos que... um apartamento!! Mas lá diz o ditado. "Não há bela sem senão." Nessa noite, rebentou uma conduta de água que abastecia Messejana! Lá ficámos nós com banho à gato ;) 

Messejana - Aljustrel - Ervidel - Beja (19.08.2012)


Saímos por volta das onze e quinze. Messejana - Aljustrel foi tranquilo. Apesar das correntes terem piorado. Com a história da falta de água nem nos lembrámos.


Chegada a Aljustrel às onze e quarenta e cinco. A paragem foi muito breve, o tempo de comprar mais água porque já se sentia bastante a diferença relativa à temperatura perto do litoral e esta, mais interior. Não sentimos Aljustrel como um lugar convidativo. Impressões... nem os desenhos do Eduardo quiseram fazer o registo.

Toca a seguir para Beja.
O calor apertava, e a vontade de sombra, e já agora de um almocinho, também. No caminho só havia Ervidel. Esta viagem devia chamar-se a "rota das sopas". Porque efectivamente apetecia-nos sempre sopa. Comemos sempre sopa em todas as refeições compradas. E que boas sopas alentejanas comemos! Aqui fica mais uma...



A senhora do café dizia: "Não temos sopa mas temos assim uma sopa das nossas, que fazemos aqui, com grão e espinafres e que juntamos uns pedaços de bacalhau..."
Ui! O que ela foi dizer! Era mesmo o que nos apetecia. Estava divinal! Mesmo!
A senhora, uma simpatia. Perguntei se sabia de alguém ou onde podíamos arranjar um pouco de óleo para as correntes das bicicletas. Imediatamente comunicou ao marido e passados alguns minutos, outro senhor que estava sentado no café põe em cima da nossa mesa dois sprays específicos para lubrificar bicicletas. E diz: "Ainda no outro dia serviu a outros. Podem servir-se à vontade!" Foi espectacular! Ficámos muito agradecidos. As bicicletas, então, depois deste tratamento, pareciam outras.
Ainda houve tempo para uns rabiscos no caderninho do Eduardo, apesar da minha aflição com as horas. O último comboio de Beja para Évora saía às dezoito horas e quinze minutos.

Beja. 
Foram no total 422 kms a pedalar durante dez dias. Faltavam mais 3 kms até à estação. Eram dezasseis horas e cinquenta minutos. A bicicleta do Eduardo furou mais uma vez o pneu de trás. Solução rápida, o gel.





Na estação tomamos conhecimento de mais legislação sem sentido, desta vez nos regulamentos da CP. Bicicletas só podem circular em comboios urbanos e se houver lugar. Nos comboios regionais podem ir nos vagões próprios para mercadorias, junto às máquinas (à frente ou atrás), no Intercidades e longo curso, só embaladas, como bagagem de mão e se couber nos espaços próprios para a bagagem no topo das carruagens.

Problema:
Se a ligação Beja - Évora é feita em comboio regional de Beja até Casa Branca, e depois é feito o transbordo para um comboio Intercidades que faz a ligação Casa Branca - Évora (dez minutos de trajecto), o que fazer às bicicletas?

Solução:
Segundo a funcionária da CP em Beja: comprar o bilhete até Casa Branca e ir de bicicleta até Évora. Se saíssemos em Alcáçovas eram 24 kms até Évora. Se saíssemos em casa Branca eram 38 kms até Évora; ou ir até Casa Branca e ficar à mercê do revisor do Intercidades que decide se as bicicletas podem ir ou não, devidamente desmanchadas - segundo a senhora, esta última hipótese era muito improvável.

O que decidir?


domingo, 26 de agosto de 2012

7ª Etapa - Mil Fontes - S. Luís - Odemira


Vila Nova de Mil Fontes - S. Luís (17.08.2012)

Saímos por volta das doze e trinta e chegámos a S. Luís pelas catorze horas. Com fome para uma sopinha. Havia Caldo Verde. Bem bom! A aldeia estava a preparar-se para as festas de Agosto. As ruas estavam a ficar muito bonitas... todas enfeitadas com muitas flores de papel.


Esta era uma etapa que gostaríamos de ter feito por dentro da "rota vicentina", contudo era, segundo o site oficial, a etapa mais longa e mais montanhosa. Pelo facto de já termos percebido que com bagagem nas bicicletas as etapas da rota não eram práticas, decidimos ir por estrada, pensando em entrar na rota no percurso entre S. Luís e Odemira.

S. Luís





S. Luís - Odemira (17.08.2012)

Saímos de S. Luís por estrada nacional, tencionando entrar em trilho um pouco mais à frente, nas aldeias de Castelão/Zambujeira. Contudo, aqui, as informações da rota (retiradas da internet) estavam mais uma vez confusas. Já tínhamos anteriormente notado uma certa confusão nos textos apresentados relativamente à realidade, e aqui, notámos bastante, pois levou a que nos perdêssemos, apanhássemos sem querer outro percurso pedestre que ia dar a um caminho sem saída no meio do nada, e só pelo cruzamento do nosso instinto e informações de locais, encontrámos o caminho certo para Odemira.
Ainda apanhei um enorme susto, quando um cão grande, num caminho que nem sabíamos se estava certo e que era a subir, veio a ladrar atrás da minha bicicleta! 
Acreditem, não sei onde fui arranjar forças depois de já termos andado imenso por trilhos difíceis, por lama, para a frente e para trás, mas consegui fugir-lhe...

O Eduardo, no meio da minha aflição por causa das horas, ainda arranjou calma para uns esboços...

Algures no meio da rota




A chegada a Odemira foi surpreendente! Sempre ao lado do rio...
Ainda ligámos, quando nos perdemos, para os responsáveis da rota mas não nos ajudaram nada pois disseram-nos que não conheciam os trilhos por onde nós andávamos... estava a entardecer e corríamos o risco de ter que acampar no meio de nenhures, sem comida e quase sem água, e até hoje, nunca mais nos ligaram a saber se estávamos bem. Isto é que é um serviço de apoio!!
Descobrimos o caminho sozinhos e até o encurtámos sem querer - talvez lhes liguemos a dar a dica para saberem informar os próximos que se perderem :)
Arrancámos de S. Luís por volta das quinze e trinta e chegámos a Odemira às dezanove e quinze.


A nossa ideia desde Santiago do Cacém, para aproveitarmos mais dias na costa, era regressar a Évora ou de comboio ou de camioneta. Mas esquecemo-nos que estamos em Portugal!! 
Para começar, não há comboios que liguem o litoral ao centro do Alentejo. Depois, quanto às camionetas da rodoviária, em Santiago informam-nos que sim, levam bicicletas no porão das camionetas sem serem desmanchadas. Chegamos a Odemira e, na rodoviária dizem-nos que não, as bicicletas só podem ir desmanchadas e empacotadas (em embalagem fechada). Quando dissemos, ok, nós empacotamos, responde o empregado: "Ah! Mas é fim-de-semana, e ao fim-de-semana não despachamos bagagem dessa!" 
Pois é. É incrível! Vem um turista qualquer fazer um percurso de bike por Portugal, e não pode deslocar-se entre etapas mais longas de modo algum. Talvez de táxi?!

Ficámos estarrecidos! Isto tirava-nos tempo de férias e acrescentava quilómetros de bicicleta para o regresso sem grandes hipóteses de alojamento (campismo)!

Bom, mas agora, o importante era arranjar alojamento, tomar um banhinho, jantar e descansar.
Neste momento, passa por nós um "colega" de bicicleta que nos diz que também está a viajar de "bicla" e que está alojado na "Hospedaria Hidálio"; quartos em conta...
Assim foi, ficámos por lá. Mais uma vez fomos muito bem acolhidos e tratados. Só foi pena não ter pequeno-almoço incluído...

O dia seguinte foi para visitar um pouco a vila. 
Claro que o posto de turismo estava fechado.
Conhecemos a biblioteca e tentámos, finalmente, dar algum andamento ao blog, pouco, porque só podíamos utilizar os computadores durante uma hora.

Odemira tem um encanto especial devido aos tons do rio Mira, de diferentes azuis, e toda a envolvente multi-verdejante. A vila neste momento está com obras de requalificação que nos pareceram muito importantes e adequadas. O futuro o dirá.



Com pena nossa, já não deu para visitar o Pego das Pias, segundo sabíamos, um sítio paradisíaco a não perder, assim como muitas outras coisas... mas deu para falar com as pessoas que fomos encontrando...

Curiosamente, o "colega" da bicicleta do dia anterior, ao trocar impressões de viagem connosco, diz-nos que ele e a sua companheira fizeram exactamente o mesmo que nós na etapa do Cercal. Abandonaram em Vale Seco a rota, por acharem muito difícil para realizar de bicicleta com bagagem, tendo optado por realizar tudo por estrada, visitando depois os sítios mais interessantes. Segundo ele, seguiam para Odeceixe na manhã seguinte, sendo o objectivo final, Sagres. 
Nós também gostaríamos mas não tínhamos mais dias...

Panorâmica rápida - vista da biblioteca em Odemira


6ª Etapa - Mil Fontes - Furnas (cascata) - Mil Fontes

Vila Nova de Mil Fontes - Furnas (15.08.2012)


Na véspera já tínhamos decidido que o dia seguinte não era de praia. Era para pedalar até à cascata nas Furnas.
Ui! O Eduardo descobre que a sua bicicleta tinha mais um pneu furado. Nunca percebemos o porquê disto acontecer só com ele...
Pneu consertado, pequeno-almoço tomado, lanche preparado, bicicletas sem o peso da bagagem... hum maravilha!

O ex-líbris da etapa em Vila Nova de Mil Fontes foi sem dúvida este momento... não dá para descrever... fica o desenho e as imagens... digo somente uma coisa, a frescura da água sentia-a nos músculos ainda no dia seguinte enquanto pedalava...

Cascata




Vila Nova de Mil Fontes foi o local onde andámos mais de "bicla" sem bagagem. Soube mesmo bem. É extraordinário... visita-se tudo sem stress, estaciona-se em qualquer lado sem preocupação, faz-se exercício físico, e vê-se as outras pessoas... zangadas, rabugentas, a discutir porque não conseguem arranjar lugar para o carro, porque há muito trânsito, porque as crianças não se calam dentro do carro, porque têm muita coisa para transportar para a praia, etc. Se todos andassem de bicicleta seriam mais felizes, pensámos, ou não...
Aqui cruzámo-nos com outras pessoas a viajar de bicicleta... tinham um ar feliz e descontraído.


No que diz respeito a comida, comemos bom peixe, boas sopas, bons gelados e croissants deliciosos!

5ª Etapa: Cercal - Vila Nova de Mil Fontes

Cercal - Vila Nova de Mil Fontes (14.08.2012)



A viagem entre o Cercal e Vila Nova de Mil Fontes foi a mais tranquila. Também era mais curta. Também tinha poucas subidas. Também já estávamos mais adaptados. Saímos a seguir ao lanche, por volta das dezoito horas, e chegámos por volta das dezanove e trinta.

Vila Nova de Mil Fontes (14, 15, e 16.08.2012)

Foi o local onde estivemos mais dias. Apetecia-nos descansar.
O alojamento escolhido foi o Parque de Campismo de Vila Nova de Mil Fontes.  É um bom parque, amplo, sem confusão, com alvéolos individualizados, o que é bom, infelizmente sem grandes regras relativamente à distância entre as tendas... tivemos oportunidade de constatar que há pessoas que não têm a mínima noção do que significa invadir a privacidade alheia - não foi directamente connosco - mas incomodou-nos também por isso. Enfim...


Rua que me esqueci de apontar em Vila Nova de Mil Fontes





A vila... o que dizer... eu conheci-a noutros tempos, tal como Porto Covo, por exemplo, e noto uma diferença grande de lá para cá. Num primeiro olhar, quase não reconheço ruas e casas... a construção aumentou bastante... mas penso que não chegou a estragar completamente, como em outros locais.

Num dos dias, estivemos a comer uma sopa numa esplanada, o Eduardo a desenhar, claro está, eu, a ler e a observar as pessoas. Achei curioso, que num curto espaço de tempo vi de tudo. Todo o tipo de pessoas. Se as quisesse classificar teríamos, portugueses, indianos, franceses, ingleses, alemães, ciganos, africanos, malta dos países de leste, um pouco difíceis de identificar se são russos, eslovacos, ucranianos, ou outro, enfim, um rol de gente, e o caricato foi que entre todos havia os hippies, os góticos, os freaks, saloios, os betos, e aqui é engraçado porque encontramos variantes: pseudo-betos, betos-pimba. O curioso não foi o tipo de pessoas porque, obviamente, elas estão em todo o lado e nós também nos enquadramos nalgum estilo. Não sei explicar a coisa, senti-me tipo num livro do Eça de Queiroz, tudo ali, tudo ao mesmo tempo, os quadros que se desenrolaram naquela rua, naquela tarde, à nossa frente, ... são indescritíveis... estava um dia pouco convidativo para a praia e a vila estava cheia de gente, disseram-nos que não era habitual... nós adorámos!


Vista do cais para o Forte S. Clemente 



Segundo um local, é o ou um dos barcos mais antigos de VNMF



Aqui encontrámos um posto de turismo como deve ser, tal como em Grândola e Santiago do Cacém. Com internet grátis! O problema é que havia pessoas à espera de vez para a net e não dava tempo para actualizar o blog. Escrever com outras pessoas a olhar para nós, a lerem o que escrevemos e com cara tipo "despacha-te", não dá!


Posto de turismo



Enquanto eu espraiava, o filhote...

Famel Zundapp


Praia ao pôr do sol




sábado, 18 de agosto de 2012

4ª Etapa: Santiago do Cacém - Cercal

Santiago do Cacém - Vale Seco (13.08.2012)

Bem, este para nós era o grande dia! O início da "Rota Vicentina" (percurso histórico). Subimos até à Igreja Matriz que se encontra acoplada ao Castelo e, ... escadas, e mais escadas, não é fácil gerir escadas com bicicletas com bagagem...


E eis-nos no verdadeiro percurso natural... wow, super estreito, rede de um lado, silvas do outro e quase nada de espaço para circular... pensámos,... ok, diziam eles que este percurso se podia fazer de BTT, ... mas com bagagem?? Hum... não parece...



De seguida, a primeira impressão não podia apresentar-se melhor: o Parque Urbano Rio da Figueira em Santiago do Cacém - muito bom, verde, fresco, boas infra-estruturas, bem cuidado, com salvo-erro, três piscinas, recomendamos...




Mas, o que importa aqui, é o percurso... a paisagem é fantástica, e os trilhos também, mas uma coisa nós e demais viajantes de bicicleta com bagagem que encontrámos garantimos - não é para fazer com bagagem - lol, pelo menos não para pessoas que não estejam preparadas fisicamente para enfrentar muitas subidas e descidas duras (com pedras ou areia), por vezes longas subidas e longas descidas onde o resvalar da bicicleta em gravilha e logo de seguida o enterrar em areia, exigem domínio do equilíbrio e do peso acrescido na bicicleta.





Etapa difícil... o sol a descer, nem o desenhador tinha tempo para manusear o caderninho... só para fotos...

A meio da etapa, concluímos que efectivamente não poderíamos fazê-la toda com luz do dia e que provavelmente teríamos que realizar parte dela já noite cerrada. Assim foi. Duro.

O cansaço e a fome apertavam, apesar dos reforços que trazíamos... por muito que nos custasse e acreditem que custou, tivemos que optar por fazer o resto da etapa em estrada de asfalto. Já passava da hora de jantar e ainda andávamos embrenhados no mato...



Vale Seco - Cercal (13.08.2012)


Vale Seco, finalmente! Pensámos que haveria qualquer um do dois cafés abertos, mas nada... parecia um lugar fantasma. Só havia uma coisa a fazer, continuar até ao Cercal e rezar para que tivéssemos alojamento e uma sopinha... 

A tão desejada visão!


O tão apreciado alojamento; já de dia... (14.08.2012)
Chegámos por volta das vinte e três horas. Este foi o alojamento que nos aconselharam à chegada. E ainda bem. 
"Casa Azul" 
Recomendamos vivamente por variadíssimas razões: boa recepção, simpatia, óptimo pequeno-almoço - pão fresco (alentejano), torradas, manteiga, leite, café, doces de cereja e de tomate caseiros, bolo (pareceu-me de laranja), também caseiro, queijo fresco, tomate, azeite e orégãos, enfim, um mimo - apesar de estar em reestruturação, pois foi adquirido por uma nova gerência há pouco tempo, promete, pela vontade, interesse e competência já demonstrados. Já falei na simpatia, né? Ah, mas não falei na prestação de serviços de turismo... se quiserem visitar o Cercal, não encontram posto de turismo, contudo, podem falar com a Anabela Gamito na "Casa Azul". Ficam muito bem servidos!


O Cercal é uma localidade agradável, que nos deixou boas recordações, apesar da estafa da véspera. Visitámos pouco, é certo, e por isso teremos que voltar, tal como a Santiago, mas gostámos do que sentimos. Boas pessoas, boa comida. "Baú Doce" também é uma referência...


Vista da esplanada...





Houve tempo para visitar uma das Igrejas...





3ª Etapa: Parque de Campismo da Galé - Santiago do Cacém

Parque de Campismo da Galé - Melides - Deixa o Resto - Azinhal - Escatelares - Santiago do Cacém (12.08.2012)

Saímos do Parque por volta das dezassete horas. Para não variar, uma subida descomunal para sair do mesmo!! Fez-se. Mais uma vez nos apercebemos de como o nosso organismo recupera e se adapta ao esforço. Torna-se mais fácil de dia para dia isto do bicicletar...


O percurso mais bonito que fizemos até agora foi sem dúvida o que se seguiu... apesar de ser maioritariamente a subir. Junto ao litoral, com muitas pontes e aldeias, muito fresco, proporcionando agradáveis vistas ao desenhador, que lamentava não haver tempo para rabiscar tudo nos seus caderninhos.

Cerca de 30 kms depois, duas horas de caminho, chega-se a Santiago do Cacém.


Já noite. É claro que eu já dizia... "Será possível que não existe nenhuma localidade, à excepção de Melides, onde não tenhamos que subir bem, para chegar?" :(

Primeira impressão, agradável. Um jardim bem cuidado e... música de discoteca?? A "melodia" vinha de um café dentro do jardim.


Alojamento, encontrámos logo à esquerda do jardim. "Residencial Gabriel". Bom acolhimento neste local. Soube muito bem pela oportunidade de descansar - quando andámos pela primeira vez com as bicicletas sem bagagem até parecia que tínhamos bebido a poção mágica do Obélix!! Que diferença e que força nas pernas, hehe -, pela simpatia e pelos conhecimentos obtidos do dono da residencial sobre o património local.

Descobrimos que, por ser segunda-feira, não poderíamos visitar as Ruínas Romanas de Miróbriga, nem a Capela de S. Bráz, nem o Castelo, nem o Moínho, enfim... só poderíamos ver por fora. À segunda-feira está tudo fechado, e nós, só tínhamos esta manhã!
Lá fomos...


Vista da Capela de S. Sebastião;


visita ao Moínho da Quintinha (séc. XIX);




e à Igreja Matriz/Castelo para darmos início a nova etapa, depois de devidamente abastecidos...





... a mais esperada, pois era o começo da "Rota Vicentina"...