domingo, 26 de agosto de 2012

7ª Etapa - Mil Fontes - S. Luís - Odemira


Vila Nova de Mil Fontes - S. Luís (17.08.2012)

Saímos por volta das doze e trinta e chegámos a S. Luís pelas catorze horas. Com fome para uma sopinha. Havia Caldo Verde. Bem bom! A aldeia estava a preparar-se para as festas de Agosto. As ruas estavam a ficar muito bonitas... todas enfeitadas com muitas flores de papel.


Esta era uma etapa que gostaríamos de ter feito por dentro da "rota vicentina", contudo era, segundo o site oficial, a etapa mais longa e mais montanhosa. Pelo facto de já termos percebido que com bagagem nas bicicletas as etapas da rota não eram práticas, decidimos ir por estrada, pensando em entrar na rota no percurso entre S. Luís e Odemira.

S. Luís





S. Luís - Odemira (17.08.2012)

Saímos de S. Luís por estrada nacional, tencionando entrar em trilho um pouco mais à frente, nas aldeias de Castelão/Zambujeira. Contudo, aqui, as informações da rota (retiradas da internet) estavam mais uma vez confusas. Já tínhamos anteriormente notado uma certa confusão nos textos apresentados relativamente à realidade, e aqui, notámos bastante, pois levou a que nos perdêssemos, apanhássemos sem querer outro percurso pedestre que ia dar a um caminho sem saída no meio do nada, e só pelo cruzamento do nosso instinto e informações de locais, encontrámos o caminho certo para Odemira.
Ainda apanhei um enorme susto, quando um cão grande, num caminho que nem sabíamos se estava certo e que era a subir, veio a ladrar atrás da minha bicicleta! 
Acreditem, não sei onde fui arranjar forças depois de já termos andado imenso por trilhos difíceis, por lama, para a frente e para trás, mas consegui fugir-lhe...

O Eduardo, no meio da minha aflição por causa das horas, ainda arranjou calma para uns esboços...

Algures no meio da rota




A chegada a Odemira foi surpreendente! Sempre ao lado do rio...
Ainda ligámos, quando nos perdemos, para os responsáveis da rota mas não nos ajudaram nada pois disseram-nos que não conheciam os trilhos por onde nós andávamos... estava a entardecer e corríamos o risco de ter que acampar no meio de nenhures, sem comida e quase sem água, e até hoje, nunca mais nos ligaram a saber se estávamos bem. Isto é que é um serviço de apoio!!
Descobrimos o caminho sozinhos e até o encurtámos sem querer - talvez lhes liguemos a dar a dica para saberem informar os próximos que se perderem :)
Arrancámos de S. Luís por volta das quinze e trinta e chegámos a Odemira às dezanove e quinze.


A nossa ideia desde Santiago do Cacém, para aproveitarmos mais dias na costa, era regressar a Évora ou de comboio ou de camioneta. Mas esquecemo-nos que estamos em Portugal!! 
Para começar, não há comboios que liguem o litoral ao centro do Alentejo. Depois, quanto às camionetas da rodoviária, em Santiago informam-nos que sim, levam bicicletas no porão das camionetas sem serem desmanchadas. Chegamos a Odemira e, na rodoviária dizem-nos que não, as bicicletas só podem ir desmanchadas e empacotadas (em embalagem fechada). Quando dissemos, ok, nós empacotamos, responde o empregado: "Ah! Mas é fim-de-semana, e ao fim-de-semana não despachamos bagagem dessa!" 
Pois é. É incrível! Vem um turista qualquer fazer um percurso de bike por Portugal, e não pode deslocar-se entre etapas mais longas de modo algum. Talvez de táxi?!

Ficámos estarrecidos! Isto tirava-nos tempo de férias e acrescentava quilómetros de bicicleta para o regresso sem grandes hipóteses de alojamento (campismo)!

Bom, mas agora, o importante era arranjar alojamento, tomar um banhinho, jantar e descansar.
Neste momento, passa por nós um "colega" de bicicleta que nos diz que também está a viajar de "bicla" e que está alojado na "Hospedaria Hidálio"; quartos em conta...
Assim foi, ficámos por lá. Mais uma vez fomos muito bem acolhidos e tratados. Só foi pena não ter pequeno-almoço incluído...

O dia seguinte foi para visitar um pouco a vila. 
Claro que o posto de turismo estava fechado.
Conhecemos a biblioteca e tentámos, finalmente, dar algum andamento ao blog, pouco, porque só podíamos utilizar os computadores durante uma hora.

Odemira tem um encanto especial devido aos tons do rio Mira, de diferentes azuis, e toda a envolvente multi-verdejante. A vila neste momento está com obras de requalificação que nos pareceram muito importantes e adequadas. O futuro o dirá.



Com pena nossa, já não deu para visitar o Pego das Pias, segundo sabíamos, um sítio paradisíaco a não perder, assim como muitas outras coisas... mas deu para falar com as pessoas que fomos encontrando...

Curiosamente, o "colega" da bicicleta do dia anterior, ao trocar impressões de viagem connosco, diz-nos que ele e a sua companheira fizeram exactamente o mesmo que nós na etapa do Cercal. Abandonaram em Vale Seco a rota, por acharem muito difícil para realizar de bicicleta com bagagem, tendo optado por realizar tudo por estrada, visitando depois os sítios mais interessantes. Segundo ele, seguiam para Odeceixe na manhã seguinte, sendo o objectivo final, Sagres. 
Nós também gostaríamos mas não tínhamos mais dias...

Panorâmica rápida - vista da biblioteca em Odemira


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